Mostra Afrofuturismo
on line, de 01/09/21 a 15/09/21, na plataforma Vimeo do CCSP – exibição gratuita
Mais de duas décadas depois de seu surgimento (definido pela primeira vez em 1993 pelo crítico Mark Dery), o afrofuturismo segue um conceito vivo e mutante. Com novas definições que ampliaram o alcance do movimento para todo o atlântico negro deixando as fronteiras da cultura estadunidense. As variações nas formas de definir o afrofuturismo são muitas nos últimos anos, mas em geral giram em torno da relação da experiência negra pensada a partir das lentes das ficções especulativas. Citando a afrofuturista Ytasha Womack, podemos dizer que o afrofuturismo é uma “interseção entre a imaginação, a tecnologia, o futuro e a liberação”. O afrofuturismo está presente em vários suportes e em várias formas artísticas e políticas. A mostra de filmes a ser realizada no mês de setembro de 2021 no CCSP exibirá filmes de curta, média e longa-metragem brasileiros e estrangeiros com objetivo de apresentar ao público as múltiplas facetas do movimento no campo do audiovisual. A mostra é uma produção Arte In Vitro Filmes em parceria com o Centro Cultural São Paulo (CCSP) e possui curadoria de Kênia Freitas, que em maio realizou o curso de Afrofuturismo do CCSP.
FILMES
Bem-vindo ao TerrorDome (Reino Unido, 1995, 94' - Direção de Ngozi Onwurah)
Welcome to the TerrorDome
Spike e sua irmã Anjela vivem forçados no Terrordome, um grande gueto de negros. Após uma relação de abuso, Jodie, namorada branca de Spike, fica no meio de uma armadilha do ex-namorado. Hector, sobrinho de 11 anos de Spike, morre como resultado dessa armadilha. Quando Anjela acha o corpo do filho, inicia-se um tumulto racial dentro do gueto
NEGRUM3 (Brasil, 2018, 22' - Direção de Diego Paulino)
Entre melanina e planetas longínquos, faça um mergulho na caminhada de jovens negros da cidade de São Paulo. Um ensaio sobre a negritude, a sexualidade e as aspirações espaciais dos filhos da diáspora..
PERSONAL VIVATOR (Brasil, 2014, 22' - Direção de Sabrina Fidalgo)
Rutger (Fabricio Boliveira) é um ser extraterrestre que tem a missão de passar 72 horas na Terra para pesquisar o comportamento humano. De modo a evitar qualquer suspeita, ele se disfarça de "documentarista" e escolhe a cidade do Rio de Janeiro para iniciar a sua pesquisa.
REBIRTH IS NECESSARY (Reino Unido, 2017, 10' - Direção de Jenn Nkiru)
O filme explora a magia e o dinamismo da negritude, em um reino em que tempo e espaço se alteram. O Agora, o Passado e o Futuro são repensados e reorganizados para criar algo comovente e extremamente visceral.
PRECES PRECIPITADAS (Brasil, 2020, 23' - Direção de Rafael Luan e Mike Dutra)
Reelaborar o passado, para especular o futuro. Em uma madrugada, voltando de uma festa de reggae, Breno acaba sendo levado a uma zona no espaço-tempo entre o presente, passado e futuro.
SUN RA: A JOYFUL NOISE (EUA, 1980, 60' - Direção de Robert Mugge)
Sun Ra: A Joyful Noise é um filme de jazz de 1980 de Robert Mugge documentando performances de Sun Ra e seu Arkestra na Filadélfia, Washington DC e Baltimore, e também incluindo entrevistas e filmagens de ensaios.
A MULHER MELANCIA (EUA, 1991, 90' - Direção de Cheryl Dunye)
Cheryl é uma jovem, negra e lésbica, que trabalha na Filadélfia com sua melhor amiga Tamara e está consumida pelo projeto de um filme: fazer um vídeo sobre sua busca por uma atriz negra da Filadélfia, que apareceu em filmes na década de 30 e ficou conhecida como a Mulher Melancia. Seguindo várias dicas, Cheryl descobre o nome real da Mulher Melancia e supõe que a atriz teve um longo caso com Martha Page, uma mulher branca e uma das poucas diretoras de cinema mulheres de Hollywood. Enquanto ela faz essas descobertas, Cheryl se envolve com Diana, que também é uma mulher branca.
NEGRO EM MIM (Brasil, 2020, 111' - Direção de Macca Ramos)
Negro em Mim é um documentário investigativo com artistas e pensadores negros no Brasil de hoje. Um retrato de um Brasil plural a partir da discussão racial promovido por uma viagem por 6 cidades brasileiras, Negro em Mim trás a arte, a cultura e a política como reflexão da diáspora e do devir negro no mundo.
O ARCO DO MEDO (Brasil, 2017, 09' - Direção de Juan Rodrigues)
Um relato de insurgência. Masculino e feminino caem perante um corpo negro que resiste na busca por liberdade e tempo. Borrando os limites do gênero, na tentativa de simplesmente ser. Um corpo negro que supervive.
SUGAR WALLS TEARDOM (França, 2016, 23' - Direção de Tabita Rezaire)
Criado por Tabita Rezaire, "Sugar Walls Teardom" revela a contribuição do ventre de mulheres negras para o avanço da medicina moderna, ciência e tecnologia.
ETHEREALITY (Ruanda / Suíça, 2019, 14' - Direção de Kantarama Gahigiri)
Abandonado por 30 anos no espaço. Como é a sensação de finalmente voltar para casa? Uma reflexão sobre a migração e o sentido de pertencimento.