enCantos e rExistências
>> cinemas dos povos indígenas <<
> de 15/08 a 03/09/2023 - na plataforma online Spcine Play <
enCantos e rExistências — cinemas dos povos indígenas é um convite para a marcha dos povos indígenas em sua luta por direitos, por meio do encantamento do audiovisual e da musicalidade originárias. A mostra enfoca filmes que trazem à cena a presença das musicalidades dos povos originários, seja em suas manifestações musicais tradicionais, de herança ancestral, como nas invenções autorais atuais, na esteira da produção fonográfica indígena contemporânea. enCantos e rExistências, assim, apresenta filmes de cineastas indígenas de distintas durações e gêneros ao lado de videoclipes musicais, de diferentes artistas indígenas, como um meio de explorar a pluralidade da produção estética, audiovisual e musical dos povos originários, assim como para convidar seu público a pôr-se lado a lado de suas lutas pelos mais fundamentais direitos na atualidade.
Em tela apresentam-se Baniwa, Guajajara, Huni Kuin, Kaingang, Kaiowá, Maxakali, Mbya, Wauja, Xavante, Yanomami, dentre outros, através das 12 sessões da mostra que desfilam histórias, cantos e rezos dos antigos, cerimônias de iniciação, experiências xamânicas e oníricas, relatos sobre a importância da transmissão intergeracional de saberes, narrativas ancestrais de origem e transformação, raps, rimas, e narrativas de resistência política e cultural, cantos como canais de comunicação com entidades invisíveis, encantadas, deste e de outros mundos.
A mostra completa acontece entre os dias 08 e 20 de agosto, na sala de cinema Lima Barreto, do Centro Cultural São Paulo, e se estenderá numa amostragem selecionada até 03 de setembro de 2023, na plataforma online Spcine Play. Com curadoria de Idjahure Kadiwel, Ana Estrela e Roney Freitas, tem apresentação do Centro Cultural São Paulo em parceria com Museu das Culturas Indígenas, Rede Cineflecha e Arte in Vitro Filmes. * Para a programação da mostra presencial, acesse o link
SINOPSES DOS FILMES
AVA YVY VERÁ - TERRA DO POVO DO RAIO
(Brasil, 2016, 52 min, cor)
Terra é lugar de conhecimento, de resistência e encanto. É lugar de reestabelecer a comunicação com os ñanderu, de viver a vida de reza, roça, escola, família extensa, chicha, chima, terere, guahu, kotyhu. Para os Guarani e Kaiowa no MS retomar as terras tradicionais, tekohas, é retomar a possibilidade de viver o seu modo de ser, o seu teko.
Realizado por um grupo de jovens e lideranças da tekoha Guaiviry coloca em relação a narrativa da luta que culminou na retomada do território onde vivem hoje e a afirmação cotidiana da vivência do teko no Guaiviry.
De Genito Gomes, Valmir Gonçalves Cabreira, Jhonn Nara Gomes, Jhonatan Gomes, Edina Ximenez, Dulcídio Gomes, Sarah Brites, Joilson Brites
DARITIDZÉ: APRENDIZ DE CURADOR
(Brasil, 2003, 35min, cor)
Sinopse: Com a divulgação do seu vídeo "Wai´a rini, o poder do sonho" em outras aldeias Xavante, os moradores da Aldeia Nova da reserva de São Marcos pediram ao Divino que filmasse o mesmo ritual em sua aldeia. "Aprendiz de curador" descreve o cerimonial do Wai´á, no qual os jovens são iniciados ao mundo espiritual para desenvolver o seu poder de cura. Filmar numa aldeia que não é a sua é uma nova experiência para este realizador, e uma oportunidade para se aprimorar no trabalho de edição.
Direção e Fotografia: Divino Tserewahú | Edição: Leonardo Sette, Divino Tserewahú
JEROKI GWASU - GRANDE CANTO
(Brasil, 2021, 15min, cor)
Sinopse: Filme ritual sobre o Grande Canto Kaiowá realizado nas Aldeias Panambizinho e Panambi, no Mato Grosso do Sul
direção: Michele Perito Cocianza (Kunhã Poty Rendy | assistente de direção: Ademilson Concianza (Kiki) | produção executiva: Tatiana M. Klein | fotografia: Felipe Almeida | camera: Tatiana M. Klein, Maria Carolina Botini | logger: Gilmar Galache | técnico de som: Carolina Ribeiro Santana | Equipamento Panambizinho: Tatiana M. Klein; Maria Carolina Botini; Geovana Marra | Organização Casa de reza: Odilsa Aquino; Germano Lima; Jandira Mariano de Lima; Cristina (Cimi); Equipe Darcy Ribeiro: Andressa Fortuna, Igor Freire | Montadora e Colorista: Raquel Ferreira | Still: Maria Carolina Botini
NŨHŨ YÃG MŨ YÕG HÃM: ESSA TERRA É NOSSA
(Brasil, 2021, 70 min, cor)
Sinopse: Antigamente, os brancos não existiam e nós vivíamos caçando com os nossos espíritos yãmĩyxop. Mas os brancos vieram, derrubaram as matas, secaram os rios e espantaram os bichos para longe. Hoje, as nossas árvores compridas acabaram, os brancos nos cercaram e a nossa terra é pequenininha. Mas os nossos yãmĩyxop são muito fortes e nos ensinaram as histórias e os cantos dos antigos que andaram por aqui.
Com: Delcida Maxakali, Totó Maxakali, Mamei Maxakali, Pinheiro Maxakali, Manuel Damázio, Arnalda Maxakali, Dozinho Maxakali, Vitorino Maxakali, Israel Maxakali, Marinho Maxakali, Américo Maxakali, Veronildo Maxakali, Noêmia Maxakali, Pedro Vieira, Joviel Maxakali, Neusa Maxakali, Manuel Kelé, Tevassouro Maxakali
Dirigido por Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero | Produção: Paula Berbert | Fotografia: Isael Maxakali, Carolina Canguçu, Jacinto Maxakali, Alexandre Maxakali, Sueli Maxakali, Roberto Romero | Som: Marcela Santos | Montagem: Carolina Canguçu, Roberto Romero
MBY’Á NHENDU - O SOM DO ESPÍRITO GUARANI
(Brasil, 2022, 18 min, cor)
Sinopse: Um documentário sobre o universo musical Mbyá Guarani, explorando as diversas sonoridades e reflexões sobre religiosidade, política, meio ambiente e formas de produzir música entre os Mbyá. Com direção de Gerson Karaí Gomes, o filme percorre três territórios Mbyá no Rio Grande do Sul para conversar e gravar com sábios musicistas Guarani. O filme faz parte do projeto Jerojy, Jeroky: em busca das músicas do céu e da terra, com financiamento Pró Cultura RS e SEDACRS. O filme está sendo realizado com recursos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul por meio do Pró-cultura RS FAC – Fundo de Apoio à Cultura.
Produção Blue Bucket Films & Content Tela Indígena Produções Artísticas | Realização Comunicação Kuery| Produtores: Stefania Curti, Ana Letícia M. Schweig, Eduardo Schaan Geórgia de Macedo, Marcus A. S. Wittmann | Direção: Gerson Karaí Gomes | Fotografia: Ernesto Robinson de Souza, Karai Mirim | Assistente de Fotografia: Marciana Kerexu Leopoldino | Fotografia adicional: Sandra Gimenes Fernandes “Yva retea” | Tradução Guarani-Português: Eliara Antunes | Tradução Português-Inglês: Leonardo Wittmann | Captação de som: Ian Gonçalves, Kuaray Gutcha, Ramil Andressa Ferreira | Edição e finalização de som: Gutcha Ramil, Andressa Ferreira | Edição: Rafael Coelho | Finalização: Rafael Coelho | Arte: Amanda Teixeira | Comunicação: Sheila Meyer | Aldeias: Tekoa Ka’aguã Porã (município de Maquiné) , Tekoa Yvyty (município de Maquiné), Tekoa Yvy’ã Poty (município de Camaquã) | Lideranças: André Benites Ramon Fernandes, João Baptista de Souza | Alimentação: Daiana Fernandes Ramires, Nélia Fernandes de Souza, Eliana Jaxuka Poty , Adriana Pará Reteá, Janaína Rodrigues Para Rete, Yxapy Raquel Rodrigues, Kerexu Mirim | Entrevistados: José Wera, Cristiano Kuaray, João Baptista de Souza, Claudia de Souza: Coral: Coral de Ka'aguy Porã/Maquiné, Coral Araí Ovy | Coordenador geral: Romário Werá Xunun, Coral de Yvy’ã Poty/Camaquã, Coral Nhe'en amba| Transporte: Xarão Vans, Loff Transportes| Apoio: GLP Soluções Socioambientais | Agradecimentos: Miguel Curti Piffer Assessoria
KUKUHO - CANTO VIVO WAUJA
(Brasil, 2021, 34 min, cor)
Sinopse: Gravado em duas aldeias do povo Waujá no Xingu (MT), esse vídeo apresenta cantos do ritual da mandioca de nome Kukuho. O ritual, coordenado pelo cantor e pesquisador Akarí foi filmado em duas aldeais Wauja, situadas no extremo sul da bacia amazônica, em Mato Grosso. O registro é feito pelo cineasta indígena Takumã Kuikuro e apresenta diversas reflexões sobre a importância de se manter os cantos vivos através da música da lagarta - dona da mandioca.
Direção, Roteiro e Edição: Takumã Kuikuro | Fotografia: Takumã Kuikuro, Kuiaitsi Kuikuro, Daniel Kuikuro| Som Direto: Daniel Kuikuro | Imagens Adicionais: Pyratha Waura |Tradução: Pyratha Waurá| Revisão: André Leite| Curadoria Festival de Músicas Indígenas: Magda Pucci, Renata Tupinambá
SHUKU SHUKUWE, A VIDA É PARA SEMPRE
(Brasil, 2012, 45 min, cor)
Sinopse: por três vezes, yuxibu cantou shuku shukuwe, a vida é para sempre. ouviram as árvores, as cobras, os caranguejos. ouviram todos os seres que trocam suas peles e cascas. por três vezes, yuxibu cantou shuku shukuwe. mas a inocente não soube ouvi-lo em silêncio. e a vida se tornou breve.
Direção: Agostinho Manduca Mateus Ika Muru Huni Kuin | Fotografia: Adelson Paulino Siã Huni Kuin, Ana Carvalho, Carolina Canguçu, Nivaldo Tene Huni Kuin, Ayani Huni Kuin, Isaka Huni Kuin, Tadeu Siã Huni Kuin | Montagem: Agostinho Manduca Mateus Ika Muru, Ana Carvalho, Carolina Canguçu, Tadeu Mateus Siã Huni Kuin | Som: Adelson Paulino Siã Huni Kuin, Ana Carvalho, Carolina Canguçu, Nivaldo Tene Huni Kuin, Ayani Huni Kuin, Isaka Huni Kuin, Tadeu Siã Huni Kuin
TATAKOX VILA NOVA
(Brasil, 2009, 22 min, cor)
Sinopse: Quando as mulheres sentem saudade das suas crianças que morreram pequenas, os Tatakox vão buscá-las e trazem-nas às aldeias para que as mães as vejam. Com a filmadora nós pudemos ver de onde os Tatakox tiram as crianças. Depois, no mesmo dia, os meninos vivos da aldeia são levados por de suas mães pelos espíritos para ficar na casa dos homens e aprender.
DIREÇÃO: Guigui Maxakali, Comunidade Maxakali Aldeia Vila Nova | EDIÇÃO: João Duro Maxakali, Guigui Maxakali, Mari Corrêa | LEGENDAGEM E FINALIZAÇÃO: Mari Corrêa | TRADUÇÃO: Zé Antoninho Maxakali, Rosângela Tugny, Douglas Campelo | PRODUÇÃO: Aldeia Vila Nova (Pradinho, T. I. Maxakali)
POPXOP
(Brasil, 2019, 103 min, cor)
Sinopse: Os Popxop, Macacos-Yãmĩyxop (Po’op-Yãmĩyxop), são aliados cantores do povo Tikmũ´ũn / Maxakali, hoje residentes do Vale do Mucuri, em Minas Gerais. Periodicamente, vêm às aldeias passar um longo período, que pode se estender por alguns meses, para manejar as saudades de suas mães e pais, pajés homens e mulheres Tikmũ´ũn / Maxakali. Eles cantam as histórias, os segredos, os caminhos e os olhares da Mata Atlântica, imitando e narrando cantos de outros grupos de Yãmĩyxop, seres encantados-cantores que também acompanham e protegem os Tikmũ´ũn / Maxakali. Trazendo saberes e experiências de alegria, garantem a saúde da comunidade e celebram encontros xamânicos que atravessam o território e o tempo.
DIREÇÃO: Natalino Maxakali e Ana Estrela | ROTEIRO: Ana Estrela, Manoel Damásio Maxakali, Arnalda Maxakali | FILMAGEM: Ana Estrela, Anísia Maxakali, Arnalda Maxakali, Jacinto Maxakali, Natalino Maxakali, Vanessa Maxakali | EDIÇÃO: Ana Estrela, Anísia Maxakali, Arnalda Maxakali, Miguelzinho Maxakali, Natalino Maxakali | LEGENDAGEM E TRADUÇÃO DOS CANTOS: Ana Estrela, Antônio Marcos Maxakali, Arnalda Maxakali, Israel Maxakali, Manoel Damásio Maxakali, Marilton Maxakali, Marquinhos Maxakali, Miguelzinho Maxakali, Natalino Maxakali, Pequi Maxakali | NARRAÇÃO: Adriana Maxakali, Bilza Maxakali, Edna Maxakali, Manoel Damásio Maxakali | TRILHA SONORA, PRODUÇÃO E REALIZAÇÃO: Aldeia Nova Vila (Pradinho, T. I. Maxakali)
WATORIKI XAPIRIPË YANOPË - CASA DOS ESPÍRITOS
(Brasil, 2010, 25 min, cor)
Sinopse: Incursão íntima e subjetiva sobre a iniciação dos jovens xamãs Yanomami da aldeia Watoriki que aprendem a se comunicar com os xapiripë (espíritos) alimentando-os com o rapé yakoana (comida dos espíritos).
Direção: Morzaniel Iramari e Dário Kopenawa | Fotografia: Morzaniel Iramari | Edição: Júlia Barreto, Pedro Portella e Morzaniel Iramari | Tradução: Ênio Mayanawa, Dário Kopenawa, Morzaniel Iramari | Realização: Associação de Cultura e Meio Ambiente, Vídeo nas Aldeias, Rede Povos da Floresta, Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro.
MÚSICA É ARMA DE LUTA
(Brasil, 2021, 26 min, cor)
Sinopse: “Música é Arma de Luta” é um documentário de curta-metragem sobre a Luta Pela Vida, a maior mobilização indígena da história do Brasil, ocorrida entre 22 a 28 de agosto de 2021, que enfoca a importância dos cantos, dos rezos e da musicalidade dos povos indígenas em sua resistência contra os ataques e violações de seus direitos originários. Foi filmado e editado em Brasília, entre 22 e 31 de agosto de 2021, durante a Luta Pela Vida, mobilização nacional indígena pelos direitos originários às Terras Indígenas garantidos na Constituição Federal e contra a tese do marco temporal em julgamento no STF.
Com Idjahure Kadiwéu, Daiara Tukano, Almir Suruí, Ninawa Inu Huni Kuin, Abraão Shane Huni Kuin, Txaihê Pataxó, Moisés Xavante, Renata Kadiwéu, David Terena, Ian Wapichana, Yaku Runa Simi (Quéchua), Cecílio Xukuru, Brisa Flow, Nino Werá Txunu
Roteiro e direção: Carou Trebitsch, Idjahure Kadiwéu, Lucas Canavarro, Nana Orlandi | Fotografia: Jon Thomaz Vik Birkbeck | Som direto, desenho de som, montagem e programação visual: Lucas Canavarro | Câmera adicional: Carou Trebitsch, Lucas Canavarro, Nana Orlandi | Som adicional: Nana Orlandi | Equipe base Comunicação: Lala Carneiro, Marcelo Mucida | Legendagem: Mariana Lopes | Apoio: Gabriel Naumann, Orlando Orlandi | Agradecimentos: Darah Nubia, Dalton Camargos, Guardiões Huni Kuin, LG Lopes, Ludmila Clímaco, Patrick Granja, Renan Brandão, Toni Lotar, Nathalie Ferreira | Agradecimentos especiais: APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil); Associação Indígena ; Aldeia Maracanã ; COIAB (Confederação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira); Fephac (Federação do Povo Huni Kuin do Acre) e todas as organizações indígenas que fizeram acontecer da melhor forma possível a maior mobilização indígena na história do Brasil | Realização: Mi Mawai Noosfera Mídias
Curadoria: Idjahure Kadiwel, Ana Estrela e Roney Freitas
Identidade Visual: Aislan Pankararu
Ficha Técnica: Centro Cultural São Paulo, Arte In Vitro Filmes, Museu das Culturas Indígenas/SEC-SP, Rede CineFlecha